O conceito de emergência climática, reconhece a importância de considerar a gravidade do aquecimento global e das alterações climáticas em vários contextos e escalas. Dentre os indicadores de emergência climática verificados na escala global, os extremos climáticos são aqueles que merecem muita atenção, uma vez que têm sido mais frequentes em diversas partes do mundo. Nas cidades especificamente, onde habita a maior parte da população mundial, os eventos extremos pluviométricos e térmicos deflagram estados de calamidade pública e problemas de saúde coletiva. (MARENGO e NOBRE, 2017; MENDONÇA 2020, NOBRE, 2016; SANT`ANNA NETO, 2012). Segundo Marengo e Souza Jr. (2018) na Amazônia, o aquecimento observado desde 1949 até 2017 variou de 0,6 a 0,7°C. As fontes de dados diversificadas apontam para aquecimento maior nas últimas décadas, sendo o ano 2017 o mais quente desde meados do Século 20. O quinto e sexto relatório do IPCC (AR5 e AR6), demonstraram projeções até 2100. O aumento das temperaturas no território brasileiro, especialmente na Amazônia deve ser bem acima de 4ºC e a redução de até 40% das chuvas no pior cenário (RCP 8,5). Isso gerará uma série de desequilíbrios ecossistêmicos e afetará direta e indiretamente a saúde humana. Dentre os impactos das alterações climáticas, diferentes estudos têm demonstrado a presença mais intensa de ondas de calor e frio, caracterizadas como extremos térmicos. (ANTUNES, 2016; MARENGO e NOBRE, 2017; SILVEIRA et al., 2019). Desta forma, um dos consensos científicos é que os efeitos das alterações climáticas estão associadas aos eventos climáticos extremos. (GUO et al., 2017; MORA et. al, 2017; MONTEIRO et al., 2013; RUSTICUCCI, 2017).
Os eventos extremos térmicos como ondas de calor e frio atuam como risco climático, pois, potencializam em decorrência da desigualdade socioespacial condições heterogêneas nos grupos sociais das cidades à ocorrência de diferentes agravos à saúde.
Nas últimas décadas, tem ocorrido o aumento de internações por doenças de origem cardio-respiratórias nos contextos nacional e internacional. Segundo o Banco de Dados do Sistema Único de Saúde (DATASUS) do período de 2008 a 2018, no estado do Amazonas, os principais grupos de causa por internações foram primeiramente gravidez parto e puerpério e em segundo o grupo de causa das doenças respiratórias, em terceiro as circulatórias. Diante deste contexto, pesquisadores do Laboratório de Hidrografia e Climatologia da Amazônia (HIDROGEO) pertencente ao Departamento de Geografia da Universidade Federal do Amazonas (UFAM) em conjunto pesquisadores da UPEC, UFFS, IFSP e UFMA, com o suporte financeiro da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM) visaram analisar os eventos extremos como produto da dinâmica física da atmosfera integrados a produção do espaço que afeta de maneira diferente a saúde da população do Amazonas, com enfoque espacial na capital Manaus e cidades médias do estado como Itacoatiara, Coari e Tefé.
Essa plataforma virtual apresenta a comunidade acadêmica-científica e sociedade civil os produtos gráficos, cartográficos e educacionais derivados da pesquisa sobre Emergência Climática e Saúde no Estado do Amazonas.
Para obtenção de mais informações sobre o tema Emergência climática e impactos à saúde, sugerimos os seguintes sites:
- ABCLIMA – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CLIMATOLOGIA: https://www.abclima.ggf.br/
- CPTEC – CENTRO DE PREVISÃO DO TEMPO E ESTUDOS CLIMÁTICOS: https://www.cptec.inpe.br/
- INMET – INSTITUTO NACIONAL DE METEOROLOGIA: https://portal.inmet.gov.br/
- OBSERVATÓRIO DE CLIMA E SAÚDE: https://climaesaude.icict.fiocruz.br/pagina/pagina-inicial
- ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DE SAÚDE: https://iris.paho.org/handle/10665.2/54510
- SISVUCLIMA – SISTEMA DE ADAPTAÇÃO A VULNERABILIDADE CLIMÁTICA: http://www.sisvuclima.com.br/